Com ele recebi muitos comentários concordando, outros questionando, alguns “explicando” e até criticando o motivo pelo qual acreditavam que sim ou que não
“mereciam ou deveriam” ser tratados por Doutor, mesmo sem possuir Doutoramento!
Hoje o assunto é outro, todavia bastante semelhante.
Quem nunca, durante a faculdade, já estagiário (a) foi, “erroneamente”, tratado de Doutor até mesmo por Magistrados?
Pesquisando em dicionário (charg autoria não identificada) |
Eu
sim, por várias vezes e confesso que gostava muito, meu ego ia
lá para cima mesmo sabendo que de Doutora não tinha nada. Hoje, teria
outra mentalidade a respeito e não aceitaria!
O pior não é isso:
alguns educadores tem a capacidade de, equivocadamente,
orientar os estudantes que acabaram de ingressar no curso de Direito a
tratar uns aos outros de doutores para “irem acostumando”!
Falo isso com propriedade porque tive “mestres” assim; FELIZMENTE, foi a minoria – tive
sorte de a maioria ensinar o correto (esse tipo de comportamento leva o estudante de Direito a se achar mais importante que os demais - grande parcela naturalmente já se considera - com um "empurranzinho" desses...)!
De antemão, que me desculpem
os colegas que pensam o contrário, mas o fato é que se você não possui o
título que moral tem “exigir” que o tratem como se tivessem?
Ignorar o tratamento é uma coisa; outra, bem diferente, é exigir e publicar
(Doutor Fulano de Tal na porta do escritório).
Dificilmente você
vai encontrar um escritório, ou uma empresa especializada em Engenharia,
Arquitetura, Contabilidade com os dizeres “Dr. Fulano de Tal”. Esses
profissionais, mesmo quando possuem o “almejado” título, não fazem questão
do tratamento nem o publicam como se fossem “a última bolacha do
pacote”!
E porque então os profissionais do Direito, Medicina,
Odontologia, Veterinária, Farmácia e até Nutrição fazem questão de
serem tratados assim?
A mim me parece que os profissionais
citados no parágrafo anterior já nascem com o “ego superior” aos demais! Decidiu, por alguma das áreas citadas, porque, certamente, já tinha a vontade de
ser “Doutor” mesmo que ainda esteja estagiando!
Já viram algum
engenheiro dando “carteirada”? Eu não! Já os profissionais do Direito
fazendo isso não é difícil encontrar!
Magistrados, Procuradores da
República, Defensores e INCLUSIVE Advogados são contumazes. Ahh, e ainda
existe carteirada “por substituição”, ou seja, àquela que é feita por
um filho, esposa (o), sobrinho e até por um primo que se utilizando do
nome do nome e “título” do parente, “enfia o dedo na cara do policial” e
se identifica!
Mas,....Isso é Brasil; mais normal que isso, impossível!
Estagiário Doutor |
Em nosso artigo. citado e publicado anteriormente, falamos sobre uma antiga Lei de Dom Pedro I que autorizada a titulação a quaisquer que fosse formado em Direito - no entanto, todos sabemos que hoje não vale mais nada (na época foi uma exigência de “D. Maria, a Louca”) chamar todo Advogado de Doutor!
Baseando-se nela surgiram as mais “belas explicações” (para não dizer vazias e sem lógica), sobre o uso da
máxima, “Advogado, Doutor por excelência”! Um termo sem validade atual,
apenas retrógado e elitista como foi sua própria criadora (D. Maria I, a
Louca).
Leia:
A referida Lei possui origem legislativa no Alvará Régio editado por D. Maria I, a Pia (A Louca), de Portugal, que outorgou o tratamento de doutor aos bacharéis em direito e exercício regular da profissão, e nos Decreto Imperial (DIM), de 1º de agosto de 1825, pelo Chefe de Governo Dom Pedro Primeiro, e o Decreto 17874A de 09 de agosto de 1827 que: “Declara feriado o dia 11 de agosto de 1827”. Data em que se comemora o centenário da criação dos cursos jurídicos no Brasil (vide Biblioteca Nacional).
Hoje, nem Advogado que passou no exame da Ordem deve ser chamado de Doutor; por que um estagiário deveria?
Parecer
o que não é só traz frustração, uma vez que sabedoria que é bom não vem
junto com a palavra; além do mais, não nos fará melhor que os outros, nem mais inteligente, sábio, especial ou respeitável que os bacharéis
das outras áreas.
- Quem sabe o valor que tem, o quão bom é, não se importa com título!
Agora, se o tratamento é tão importante para a vida (para o ego), faça por
merecer – obtenha o grau acadêmico de Doutoramento e se utilize dele sem
medo de parecer ridículo!
Autoria: Elane F. De Souza OAB-CE 27.340-B (ao copiar, replicar ou reproduzir cite a fonte)
Foto/Créditos: Militar. Com. Br e forum. Outerspace. Com. Br
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