10 de dezembro de 2015

A busca pelos “likes”! Qual a importância deles em nossas vidas?

(80% Editado em 04-06-2017 - Elane Souza)
Apostaria uma "unha" que a maioria aqui já se sentiu frustrada quando publica algo e ninguém curte!  Falo isso tendo como base minha própria pessoa e várias outras que conheço de perto - além do mais leio, por isso "afirmo": HOJE, infelizmente, as pessoas se baseiam no que os outros pensam sobre si, nas redes sociais, para serem felizes! O pior disso é que muitas das manifestações ali apresentadas não são reais. Palavras são escritas para agradar ou simplesmente servirem de"troca" (mais ou menos assim: você curte as minhas que eu curto as suas - está nas entrelinhas)!

A falta de curtidas provoca tristeza e até depressão. 


Quem é viciado nelas ou é proprietário de algum canal de youtube, Blog ou vlog sabe disso! Se postam fotos e vídeos que fez, artigo que escreveu ou qualquer outra coisa que criou ou simplesmente está compartilhando e ninguém curte, nem comenta, a tristeza logo vem; uns, com o tempo, até deprimem!

Muita gente passa o dia postando coisas (eu, inclusive),  na maioria, esmagadora, das vezes buscando "likes" e comentários simpáticos ou confortantes (neste caso, EU não rsrs)!   Se um parente ou amigo morre postam que estão de luto por likes, se teve filho ou está grávida posta, também,  buscando likes,  se acontece um acidente feio ou a pessoa está doente, ou tem uma dor de cabeça  ou um cisco no olho - postam; tudo isso na busca pelos "benditos" likes!  

E as postagens  com frases feitas de otimismo ou de Deus como forma de agradecimento?  Elas são o “diário”, o constante na “timeline” de praticamente todos os usuários e, tudo isso em busca dos likes; se não ganha nenhum a frustração é certa e a depressão chega nos predispostos.  

- “NINGUÉM GOSTA DE MIM”!   “Ninguém me curte”!  😭😭😭😭😞😞😞😞

A vida hoje, sem like, deixou de ter graça!

E o interessante é que essa frustração não acomete apenas adolescentes e os que estão carentes de atenção, existem adultos que vivem disso – buscar “likes”!

Livro: MULHER SEM STRESSE
Vídeo aulas e ebook: SAÚDE NA MENOPAUSA, Sem depressão, sem stresse

Hoje é comum pessoas criarem blogs e produzirem vídeos; tudo muito NORMAL!  O anormal é ver como alguns deles agem: praticamente imploram do "visitante" uma curtida, um comentário e até compartilhamento.  Alguns fazem de uma forma que dá até dó! 

Não sei se "crescerei" neste mundo de imploração por "likes"!  Tenho 3 blogs, 1 site e uma página oficial de negócio no facebook mas nunca tive coragem para fazer isso - o máximo que faço é compartilhar meus artigos e textos nas redes sociais, nos grupos - CURTE, COMENTA E COMPARTILHA QUEM QUISER - só agradeço!


Essa coisa de: - “por favor, sigam,  curtam, compartilhem e comentem meu blog ou canal, ajuda muito a crescer”!  

Como se alguém se importasse com isso!    Quando  vejo  algo assim escrito ou, no caso dos vídeos, ouço a pessoa pedindo, aí é que não curto, muito menos sigo. Literalmente, não  “CURTO” autopiedade!  

Tudo bem que, quantos mais likes essas pessoas ganharem mais chances elas terão de “bombar” na internet e assim ganharem dinheiro via youtube ou mesmo pelos blogs e até ficarem famosas.  

Mas, mesmo assim o problema é delas (e meu); se realmente vier a fazer algo bom, interessante, mais cedo ou mais tarde vai aparecer e ficar famoso, enquanto isso corra atrás do prejuízo – mas, por favor não se humilhe não, ninguém gosta disso!

Imagine se essas pessoas estivessem no meu lugar, que só posta o que verdadeiramente pensa, a maioria das vezes contrariando o senso comum  –  se gostarem ou não é problema de cada um.   Tudo que faço é pela “crença”, é pelo gosto e a satisfação que a escrita me traz, não faço o que faço pela aprovação de uns e outros.

- É o que penso, é no que acredito!  Curta quem quiser.

Quando escrevi esse texto o facebook ainda não tinha disponibilizado botões de choro e raiva, já melhorou um pouco, mas está faltando o “dislike”; esse sim seria um  botão, constantemente, “clicado” por mim.

As piores postagens, dignas de “dislike”, a meu ver, são as de fotos de pessoas doentes (doença mesmo – não “um simples cisco no olho”) pedindo  AMÉM e curtidas!  Qual a lógica de se curtir um post assim?   E o amém, em que ajuda?  - Sara as feridas  e/ou paga as contas do hospital?

Além dessas, tem àquelas das pessoas que estão em luto, postar que estão de luto! Logo apareciam um monte de gente curtindo o post (antigamente(2015) - ainda bem que hoje existe o "botão do choro") - era o cúmulo e um desrespeito CURTIR isso, MAS MUITOS O FAZIAM!

- Como assim gente?   

- Vocês estão felizes e para "comemorar", demonstrar isso, "curtem" o luto do amigo?   


Essa era a impressão que me passava de um like num post desses!   Tão mais amoroso e simples comentar algo sobre o post; MAS NÃO, a preguiça de escrever levava a pessoa a se parecer um "FILHO DO CÃO" aos meus olhos, pois CURTIR nunca foi e nunca será uma forma de demonstrar solidariedade (os "memória curta" dirão que não faziam isso - MAS FAZIAM SIM, pois só existia um BOTÃO no facebook e ele era o de curtir - a preguiça de escrever fazia as pessoas se parecerem mais "brutas" do que são)! 

Falando nisso, li um artigo na Super Interessante(2015) que achei DEMAIS, literalmente, “super interessante” sobre os likes.

Não tem muito a ver com o meu não, todavia em algo ele se coaduna.  Talvez em relação aos likes que as pessoas buscam quando abrem um canal no youtube, criam blogs ou abrem páginas no facebook sobre algum assunto e ficam esperando “bombar” e nada acontece.

O jornalista Bruno Garattoni, responsável pela matéria na edição  de nº 348, publicada em junho de 2015,  fez uma pesquisa sobre o assunto dos “likes” e descobriu algo bem legal.  

Deem uma lida nisto:

Sabe quando você entra numa página do Face e dá like nela? Pode ser qualquer página: a do Corinthians (curtida por 10,2 milhões de pessoas), a da SUPER (3,3 milhões), a do seu restaurante ou escritor favorito. Quando você curte aquela página, passa a receber, na sua timeline, os posts que ela publicar. Certo?  Errado.

O Facebook não avisa, mas, quando você curte uma página, na verdade tem uma chance bem pequena de receber as publicações dela. Tudo por causa de uma coisa chamada ''alcance orgânico''. Esse termo mede quantos % das pessoas inscritas numa página recebem os posts que ela publica. Se todas as pessoas recebessem, o alcance seria de 100%. Mas sabe quanto é, na prática? 6,5%. Ou seja: de cada cem pessoas que curtem uma página, apenas seis, em média, recebem o conteúdo postado por ela. Foi o que constatou um estudo feito em 2014 pela empresa EdgeRank Checker, que analisou o alcance de 50 mil posts publicados por mil páginas. E isso é o teto. ''Em muitos casos, a taxa é até menor'', diz Walter Motta, diretor da agência Riot, que produz conteúdo de Facebook para empresas. 

O Face alega que essa restrição é necessária. Se ele mostrasse tudo, as timelines das pessoas seriam inundadas por um excesso de conteúdo. ''Hoje, o brasileiro tem em média 400 amigos e curte mais de cem páginas. Se todas as publicações fossem exibidas, em ordem cronológica e sem filtro, você já teria abandonado sua conta há muito tempo'', explica Motta. Faz sentido. Mas também há outra questão envolvida. 



Só nos primeiros três meses deste ano, o Facebook faturou US$ 3,5 bilhões. E esse dinheiro vem de um lugar: publicidade. Ou seja, as taxas que o Facebook cobra para promover e distribuir posts. Se você criar uma página, e não pagar essas taxas, ele só mandará os seus posts para pouquíssimas pessoas. E você não terá acessos nem likes. Não será popular, não vai bombar. Não fará sucesso. 

Já, pelo contrário, se você aceitar pagar... sua página ganhará um montão de likes. Inclusive se ela for indizivelmente imbecil. Foi o que eu descobri fazendo um teste ao longo de duas semanas. Para não contaminar o resultado, mantive a coisa em segredo total - não contei nem para meus colegas da SUPER, que só ficaram sabendo da experiência depois de concluída. Para evitar possíveis interferências, o Facebook só foi informado do teste depois que ele já tinha terminado e as provas haviam sido coletadas. A empresa recebeu por escrito uma descrição detalhada da minha experiência, com uma semana de prazo para responder. Ela não se manifestou.  
Inottarag, muito prazer  

Decidi montar uma página completamente sem conteúdo e sem sentido, que nenhum ser humano em sã consciência jamais curtiria - e colocar dinheiro na ferramenta de publicidade do Facebook para ver se, mesmo assim, minha página conseguiria curtidas. Se desse certo, isso provaria uma tese: basta pagar para ter likes sobre qualquer coisa. Mesmo. 

Usando uma conta falsa, que criei apenas para a experiência e não tinha nenhum amigo no Face, publiquei quatro páginas. Foram quatro porque chegar ao nonsense perfeito foi mais difícil do que eu imaginava. Afinal, quase tudo pode ter algum significado para alguém. Não é fácil criar uma página que seja infinitamente, perfeitamente, sem sentido.  

Minha primeira página se chamava Tijolo, e trazia apenas a singela foto de um tijolo. Imediatamente apareceu uma mensagem perguntando se eu não gostaria de ''promovê-la''. Claro, a ideia era essa.

Aceitei e o Facebook emitiu um boleto bancário. Paguei, adicionei créditos à minha conta, e comecei a brincar. Investi R$ 20 na minha página. Enquanto eu configurava minha ''campanha publicitária'', algo me chamou a atenção. O Facebook me prometeu um determinado número de likes por dia. Veja bem, ele não disse que iria mostrar minha página a X pessoas, que poderiam gostar dela ou não. Fez algo bem diferente: disse que X pessoas iriam me dar likes. Dito e feito. Em poucas horas, consegui 69 curtidas. Mas havia um problema: aquilo não provava nada. Afinal, talvez as pessoas estivessem curtindo  minha página porque quisessem ler sobre tijolos e materiais de construção. Eu precisava inventar algo com menos sentido. Algo que ninguém pudesse ter motivos legítimos para curtir.


Depois de pensar bastante, criei a página Inottarag - não significa nada, é apenas o meu sobrenome ao contrário. A página também não tinha nenhum conteúdo. Mas, ao longo de uma semana, recebeu 167 likes. Graças, é claro, aos R$ 96 que paguei ao Facebook.

likes, curtidas pagas por mashableCom
Comecei a entrar em contato, pelo próprio Face e agora usando meu nome real, com as pessoas que tinham curtido a página Inottarag. Perguntei se elas realmente tinham dado like, e por quê. Quarenta tentativas, zero respostas. É que, como não sou amigo dessas pessoas, minhas mensagens estavam caindo na caixa postal secundária, que quase ninguém olha. Mas lembrei que, no Facebook, um dinheirinho sempre ajuda. Se você pagar R$ 0,88 por mensagem, ela vai para o local certo - literalmente pula na tela da pessoa. Mandei outras 40 mensagens, pagando. Desta vez, mais de dez pessoas responderam.

Mas sempre de modo pouco esclarecedor. Umas falavam coisas truncadas, como ''Eu só de dor 2 dia para VC mim terga'', ou simplesmente diziam que tinham achado a página ''interessante''. Quando eu insistia em perguntar o porquê, sumiam. 

Para provar que absolutamente qualquer coisa poderia ganhar likes, desde que se dê dinheiro ao Facebook, eu teria de ir além. E fui. Digitei uma combinação aleatória no teclado: Sdftyu459867. Criei uma página com esse nome, e outra de nome praticamente idêntico: Sdftyu459868 (muda apenas o último dígito, de 7 para 8). Ambas vazias, sem nenhum post ou descrição. Na primeira, não coloquei nenhum dinheiro. Mas investi R$ 70 para que o Facebook promovesse a segunda. O resultado não poderia ser mais claro. A  primeira página teve zero like. Já a outra, turbinada pelo dinheiro, ganhou 184.

Comecei a olhar os perfis das pessoas que tinham curtido, e logo de cara tomei um susto. Normando Júnior! Essa pessoa já tinha curtido uma das minhas páginas anteriores (Inottarag), e também dera like na nova (Sdftyu459868). Era o elo perdido, a chave para tentar entender o que estava acontecendo. O perfil do sujeito dizia que ele trabalhara numa pizzaria em Recife, e trazia uma foto de Normando sentado num banco, todo sorridente - com alguns comentários de amigos (''Só luxaaaaandooo!!'').  Mandei uma mensagem perguntando por que ele tinha curtido minhas páginas. Resposta: ''Bruno curto não mais valeu'' (sic). Insisti, perguntei se isso significava que, na verdade, ele não curtira minhas páginas (o que poderia ser um indício de fraude). Normando foi ainda mais ambíguo - respondeu apenas com um símbolo de joinha.

Tentei falar com mais pessoas. Uma ou outra respondeu, sempre seguindo o mesmo padrão pouco esclarecedor: ''Não tinha nada pra curtir, mas eu curti assim mesmo''. Fui perdendo o ânimo até que, por algum motivo, o Facebook passou a me impedir de enviar mensagens pagas. Ele deixou de ganhar alguns reais - e eu perdi meu único jeito de entrar em contato com as pessoas que tinham curtido minhas páginas falsas. Aparentemente, pelo menos algumas delas eram gente de verdade, não robôs programados para dar cliques. Por que deram likes, jamais saberemos.

Mas agora você sabe como o jogo funciona. Não leve os likes a sério, porque as pessoas curtem absolutamente qualquer coisa. Basta dar dinheiro ao Facebook. Quando você vir uma página que teve muitas curtidas, saiba que podem ter sido compradas. Acontece em toda parte. Inclusive no Departamento de Estado dos EUA, que em 2013 confessou ter pago US$ 630 mil ao Facebook para ter mais likes em sua página. Deu certo: gerou 2 milhões de curtidas. Cada uma custou US$ 0,30. As minhas, pelo menos, foram mais baratas - R$ 0,38 cada. 

Portanto, “buscadores de likes”, criem páginas e paguem para promovê-las, se não tiverem likes dos amigos pelo menos o terão de desconhecidos que, “certamente”, ganham para isso, ou mesmo de “robos informáticos” programados para “curtir” quando se deparam com páginas pagas - não é a mesma coisa  que “ser amado pelos amigos via like”,  mas já é um começo; quando for famoso não precisará mais pagar, os “verdadeiros amigos” começarão a te curtir de graça! 
 Likes, curtidas por getstickyCom

 - Entenderam a ironia?

Autoria: Elane F. de Souza (Advogada, inscrita no Ceará;  autora deste Blog e de outros blogs mais direcionados ao Direito)

Fontes (trechos finais): SUPER Interessante, pelo jornalista Bruno Garattoni

Figuras/Créditos: getstickyCom  e   mashableCom









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