13 de junho de 2016

COISAS DE MULHER - parte I: Viver com Endometriose, Endometrioma e Adenomiose

Durante muito anos de minha vida vivi assim:  fui portadora de todas essas enfermidades e sequer sabia. Somente comecei a sentir dores consideradas "anormais" quando decidi ser mãe; foi quando deixei a pílula anticoncepcional de vez.  

Acredito que ela agia mais ou menos como "analgésico", uma vez sem, as dores aumentaram significativamente.

A vida não era muito fácil, no entanto não era extremamente difícil que não pudesse ser vivida. O que sentia de estranho mesmo era o fato de ter a barriga "podre" e não poder ter uma vida sexual plena (certas posições doía deveras - isso a medicina chama de Dispareunia).  

Quanto à "barriga podre" não  interpretem ao pé da letra.  Era um baixo ventre sempre dolorido, parecendo estar inchado; quando acordava, em especial quando dormia de barriga para baixo (que adoro), parecia que um trator havia passado sobre mim. Amanhecia cansada, dolorida, sem ânimo e sem paciência!

Devem estar pensando que sou o tipo de pessoa que nunca fez visitas médicas de rotina; SÓ QUE NÃO, muito pelo contrário, vivia nos consultórios médicos quando a situação piorava um pouco - nunca passei mais de 8 meses sem ir a um ginecologista realizar exames.  

Infelizmente a maioria desses profissionais nunca pediram algo mais aprofundado; os exames eram sempre os mesmos, superficiais e por mais que vissem algo a importância dada era ínfima: mesmo quando apareceu a adenomiose  (há 3 anos), época em que estava "praticando"(rsrsr) para ser mãe, a médica responsável pelo exame disse que era normal, que não atrapalharia meus planos de maternidade, sabendo ela que já teria pouca possibilidade de engravidar, uma vez já estar com mais de 40 anos, e com o útero comprometido com a referida doença ( um "pedaço de endométrio" crescendo dentro do útero, seguramente, impossibilitaria o crescimento normal de um bebê)! 

Engraçada a atitude de alguns profissionais. Sabem que você corre contra o tempo para realizar um sonho; sabem de suas condições de saúde e mesmo assim dizem que está tudo bem;  que não atrapalha. 

Imagine que eu tivesse ficado grávida com a idade que tinha na época, portando adenomiose?  Certeza que perderia o filho por causa dela (que já era diagnosticada - mas tinha muito mais dentro de mim que não era), além da idade não ajudar.  

Que custaria a essa profissional pedir exames mais modernos? Hoje sei que eles existem!  Felizmente tive que me mudar de cidade por causa do trabalho de meu marido (de Fortaleza para Recife).  

Aqui em Pernambuco encontrei um pólo muito bem equipado de profissionais médicos e hospitais (talvez os melhores do Brasil estão aqui).  Amo o Ceará e mais ainda Fortaleza, escolhi viver ali por amor àquela terra, mas a medicina e os hospitais de lá são um caos! Já Recife eu tive que vir, o interessante é que passei a amá-lo da mesma forma.  O nordeste todo é lindo - eu amo essas região e seus nativos!

Foi aqui que descobri que tinha muito mais que uma simples Adenomiose.  Com exames realizados em bons hospitais e profissionais habilitados descobri que tinha Endometriose profunda. Estava ela infiltrada nos intestinos, por isso me causava grande desconforto para ir ao banheiro. Com o aspecto que tinha fazia crer que "vivia" dentro de mim há mais de 20 anos.

No entanto, foi somente com o acesso aos meus órgãos, durante a cirurgia, que a médica pôde verificar a extensão exata do dano. Ainda bem que eu mesma já havia decidido que a cirurgia deveria ser e seria Histerectomia Total (retirada dos dois ovários, do útero, das trompas e cólo do útero). Já que não experimentaria mais a maternidade, estava conformada, que me retirasse tudo de uma vez por todas. 


por  OnHealth
Assim foi feito: hoje estou com apenas 22 dias pós cirurgia - ainda em recuperação, algumas poucas dores e um certo inchaço na barriga que está sendo corrigido com uma boa cinta, todavia já extremamente satisfeita com o corte discreto que ficou; infelizmente o único a me chatear nos últimos dias é uma gripe (com muita tosse, espirros e indisposição), se não fosse esses sintomas estaria quase perfeita (tossir e espirrar pós-cirurgia não é de "deus", acreditem...rsrsrs).

Em breve um novo capítulo sobre essa doença chata que afeta grande parcela da população feminina - apesar de muitas nem saber de sua existência!

Para saber mais sobre a mulher na menopausa (após cirurgia entrei, diretamente, na menopausa), os cuidados com a saúde e exercícios apropriados - clique aqui! 

Por Elane F. de Souza  (um pouco de minha experiência com Endometriose Profunda, Endometrioma e Adenomiose)

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