As últimas pesquisas confirmaram que 57% dos brasileiros são favoráveis à pena capital; em 2008, data da última pesquisa realizada pelo Datafolha, eram apenas 47%.
Desse novo número apresentado, 60% são homens e 54% mulheres. Relativamente à religião, dos 2,7 mil entrevistados no ano de 2017, 63% que declararam favoráveis à pena de morte seriam católicos (ou seja, a maioria); por outro lado, os que menos aceitam a punição máxima são os ateus.
Infelizmente, essa ideia retrógada vem de encontro ao que defende a Anistia Internacional e a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
pena de morte NÃO - por Anistia Internacional |
A última pena de morte aplicada no Brasil foi a 150 anos (saiba mais aqui - Senado notícia).
DUDHArtigo IIITodo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal;(...)
Artigo V Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.(...)
Artigo XI 1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
Na Constituição de 1988, a proibição da pena de morte é cláusula pétrea. Não pode ser alterada por emenda constitucional, plebiscito ou referendo ou qualquer outra forma de mobilização – importante freio institucional. Após a promulgação da nova Carta Magna, o Brasil ratificou os acordos internacionais da ONU e da OEA contra a pena de morte, posição que reforça nos fóruns multilaterais e que, coerentemente, defendeu nas críticas à Indonésia. (mais - por A.Internacional)
Enquanto parcela dos países que ainda aplicam, aos poucos se conscientizam que matar não é punição, o Brasil, por meio de sua população falso-moralista, preconceituosa, intolerante e corrupta acredita que por fim à vida de criminosos, pune!
O interessante é que o brasileiro (parcela significante) tem criminoso de estimação; certamente que se fossem questionados sobre o tipo de crime que valeria a vida do criminoso não citariam políticos corruptos, criminosos de colarinho branco, sonegadores fiscais, estelionatários, etc.
A lista dos que deveriam morrer ficaria entre os "ladrões de galinha", batedores de carteira, estupradores, furtadores, pedófilos, sequestradores e assassinos (neste último caso, apenas alguns - pois quem "curte pena de morte" , tem assassino como justiceiro).
A nossa dúvida é: por que um país tão religioso quanto o Brasil é tão violento e favorável à morte (como vingança), como resolução de "todos" os males?
Será que alguém já imaginou como seria imputar criminalidade a um inocente e este ter a morte como pena?
Será que você, que é cristão, ou de alguma outra religião que prega o amor já se deu conta do quão sádico e satânico é linchar uma pessoa (culpada ou inocente)?
Tenham em conta que pena de morte não pune, não educa - apenas serve como vingança, mesmo quando aplicada pela justiça de um país ela segue sendo desumana e degradante.
Não seria mais cristão dar a outra face, como ensina a Vossa bíblia, do que pregar o amor a apenas irmãos e pessoas de bem? Nesse quesito, sinto informar - mas os ateus SIM, estão dando lição de amor ao próximo, incondicional!
Por Elane F. Souza (Advogada e autora deste e dos Blogues Diário de Conteúdo Jurídico e Educação é Direito)
Ao copiar cite a fonte
Fontes: Portal Terra, Anistia Internacional e Declaração Universal de direitos Humanos
Imagem créditos: Anistia Internacional
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